Estar solteira pode ser uma dança entre a calma dos dias só nossos e aquela inquietação leve de quem sente que falta qualquer coisa. Às vezes é liberdade, outras vezes é só vontade de uma história nova. E é nesse vai e vem que surgem os convites inesperados, aquele “vamos beber um copo?” que soa tão simples mas desarruma tudo por dentro.
Começam as perguntas, a luta interna, o “respondo ou deixo para depois?”, “e se for uma seca?”, “e se for cool?”, “e se eu estiver mesmo melhor no sofá?”. Essas dúvidas são normais e dizem muito sobre a forma como nos protegemos, mas também sobre o quanto ainda queremos viver.
Nesses momentos, vale a pena parar e escutar com atenção.
O que é que me vai dar mais paz: ficar ou ir?
Estou a recusar porque realmente não quero ou porque tenho medo do que pode acontecer?
Se isto der em nada, fico contente na mesma por ter tentado?
E se for o início de uma história inesperada?
Nem sempre temos respostas certas, mas ouvir o que sentimos já é um bom começo. Também é preciso lembrar que ficar é tão válido como ir. Há beleza em noites no sofá, em jantares a solo, em escolher o nosso ritmo.
A solteirice também é isto: não ter de estar sempre disponível, nem sempre interessada. E tudo bem. Mas se houver aquele impulso miudinho, quase inaudível, que diz “vai só ver no que dá”, talvez valha a pena seguir. Muitas vezes é assim que saímos do ciclo da dúvida. Ir não significa compromisso, significa presença. E mesmo que não dê em nada, pode valer pela conversa, pela vista do bar, pelo copo bem tirado, pela história para contar às amigas. O importante é saber que tens o poder de decidir tudo: onde vais, por quanto tempo ficas, quando te queres ir embora. Um encontro não é um contrato. É um momento. E em qualquer momento tens o direito de mudar de ideias.
Nem todos os dates vão mudar a tua vida. Mas alguns podem lembrar-te que ainda te sabes surpreender. Que ainda ris com estranhos. Que ainda tens espaço dentro de ti para o inesperado. E isso, por si só, já é valioso. No fim, estar solteira pode ser sobre ficar. E pode ser sobre ir. As duas opções são válidas. Mas se sentires aquela vontade mesmo que tímida, mesmo com borboletas e receios, talvez seja sinal de que estás pronta para mais uma pequena aventura. Porque mesmo que seja só um copo, um por do sol ou uma conversa que não leva a lado nenhum, pode ser o suficiente para te lembrares: estás viva.
E se a vida te der um daqueles encontros que te fazem sorrir no dia seguinte?
Então, parabéns: estás oficialmente temperada. 🧂
#TheGlitterDream