Troco um bilhete para o Bad Bunny por um Labubu

Ok. Não troco. Até porque não tenho um bilhete para o Bad Bunny e já tenho um Labubu. *Gritos*. Por isso hoje venho falar-vos sobre mais recente fenómeno pop da Internet.

Há quem diga que os olhos vermelhos (apenas de alguns) e os dentinhos afiados são demoníacos. Pessoalmente, acho que estas duas características se anulam em oposição ao corpo de pêlo fofo e cores deliciosas. Sou só eu?

De onde vieram estes monstrinhos?

Os Labubus nasceram da mente do designer sul-coreano Wookyung Jung, criador da marca Lamama, especializada em toys art e design emocional. A ideia era simples: criar criaturas imperfeitas, com expressões quase humanas, que transmitissem emoções confusas — tristeza, medo, ternura e desconforto, tudo ao mesmo tempo. Wookyung queria que os Labubus fossem “um espelho dos nossos sentimentos escondidos”, e parece que acertou em cheio: as pessoas não só se identificaram como entraram em modo QUERO! e até em colecionadores obsessivos.

Como começou esta febre?

Tudo começou discretamente em feiras de design e arte alternativa. Mas o momento boom aconteceu quando a artista japonesa Yayoi Kusama (sim, a das bolinhas infinitas que ainda há pouco teve uma exposisão em Serralves) foi fotografada com um Labubu a espreitar discretamente do bolso do casaco. Foi o suficiente para incendiar o mundo fashion — e os algoritmos, claro.

Pouco depois, BLACKPINK, Pharrell Williams e até Billie Eilish apareceram com Labubus em vídeos, malas ou estantes cuidadosamente desarrumadas. O TikTok explodiu. E o Instagram seguiu logo atrás.

Quantos Labubus existem?

Desde o primeiro Labubu já surgiram várias versões:

  • Labubu Classic – O OG. Peludo, castanho, com aquele sorrisinho meio creepy.
  • Monster Labubu – Mais gótico, com olhos mais fundos e vibes de Tim Burton.
  • Halloween, Christmas e Summer editions – Temáticos, porque claro.
  • Collabs com artistas – Labubus em versão glow-in-the-dark, punk, e até “emo anos 2000”.

E sim, há até quem os guarde em montras como se fossem arte contemporânea. (Spoiler: são.)

Onde e como comprar? E quanto custam?

Os Labubus são vendidos principalmente pela marca POP MART, em lojas físicas espalhadas por cidades como Paris, Londres e Tóquio, ou online através do site da marca (demoram algum tempo a chegar) ou revendedores oficiais. Mas atenção: os preços variam muito. Um Labubu pode custar 30€… ou 300€, dependendo da edição, da raridade e do drama no grupo de colecionadores no Discord. Claro que já surgiram centenas (milhares?) de imitações um pouco por toda a internet e por lojas que vendem dupes. Mas como em tudo na vida, nada como o original.

Labubus e… recessão económica?

Pois é. Alguns analistas culturais já começaram a associar a febre dos Labubus a um “síndrome de conforto em tempos de crise”. Tal como os Tamagotchis dos anos 90 ou os Squishmallows pós-pandemia, os Labubus surgem num contexto de incerteza económica (e geral), com inflação, guerras e crises políticas. A teoria é simples (e um bocado deprimente): quando o mundo está caótico, procuramos conforto em coisas fofas, infantis e, de certa forma, absurdas. Comprar um boneco estranho que te causa algum tipo de emoção pode ser aquele abraço silencioso que precisavas depois de ler as notícias. Parece estúpido? Não acho.

Claro que para cada legião de fãs, uma legião de haters. Ou porque são feios, ou porque são infantis, ou porque as pessoas só querem porque é difícil de ter. Bla bla bla, estamos no Glitter Dream: ouvimos – ou neste caso vemos – e não julgamos. 🙂

#TheGlitterDream